quarta-feira, 21 de maio de 2008

Fernando Serra fala aos ex-DGEMN

Com a inspiração própria do 13 de Maio, Fernando Nunes Serra fala aos colegas da ex-DGEMN e transmite a sua preocupação em relação à situação actual dos colegas e da preservação da nossa memória colectiva.
Com o PRACE, os organismos responsáveis pela reabilitação do património português deixaram de funcionar, o que constitui um libelo acusatório aos que destruiram a DGEMN e o IPPAR...

segunda-feira, 19 de maio de 2008

"IN.CIDADES" e amianto

Depois de ter contribuído com os seus amigos, de uma forma decisiva, para a extinção da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), Vasco Costa renasce agora, com esses mesmos amigos, a coberto de uma associação.
A direcção da associação não é difícil de adivinhar. São os amigos ex-dirigentes da DGEMN que Vasco Costa favoreceu(*) e distinguiu nos longos 17 anos em que foi Director-Geral, por indicação de Elias da Costa e desatenção benevolente - e provavelmente ignorante - dos sucessivos secretários de estado e ministros que, com reverência ritual, serviu. Para além do inefável compadre e cunhado, agora no papel de porta voz, lá temos, concerteza, os fiéis Margarida Alçada, Antonio Cerdeira & companhia.
Até há bem pouco tempo, o desvelo era o Forte de Sacavém. Agora, com pompa, circunstância e oportunidade, é o amianto.
"A associação Incidades possui vários eixos de actuação, tendo por missão primordial a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos nos meios urbanos, no âmbito da salvaguarda da identidade das cidades e das regiões. Apoiando-se na integração dos valores tradicionais nas dinâmicas da sociedade moderna, um dos seus objectivos passa justamente pela promoção e divulgação de informação sobre várias temáticas relacionadas com o urbanismo. Relativamente à questão do amianto em particular, a Incidades coloca-a no topo da sua lista de preocupações e, face à escassez de formações de cariz eminentemente técnicas em Portugal, decidiu promover esta jornada técnica. Para a apoiar neste desígnio, encontrou no ISEL o seu parceiro ideal, estabelecendo assim uma parceria para dar seguimento aos seus objectivos de modo mais sustentado." (Do panfleto de divulgação da I Jornada do Amianto).
A jornada do amianto(**) foi o "show off" ideal para o lançamento da Incidades e o ressurgimento da trupe. Foram convidadas várias personalidades para abrilhantar e avalizar o evento. Algumas delas são dirigentes de organismos oficiais com particulares responsabilidades na resolução do problema do amianto nos edifícios públicos e que - ao comparecerem - reconhecem implícitamente a sua inoperância nesta matéria e, ao mesmo tempo, legitimam e dão importância a uma nóvel associação de cariz técnico-científico duvidoso.
O ministro Nunes Correia que disse inicialmente "sim" ao convite para estar na Mesa de Abertura, lá se desculpou com os imperativos de agenda, e fez-se representar por Gonçalves Henriques, Presidente da Agência Portuguesa do Ambiente.
De realçar que não esteve presente - nem terá sido convidado - nenhum dirigente dos organismos que sucederam, nas suas atribuições, à DGEMN.
V. Costa não perdoa aos "traidores" e aos menos firmes que, oportunamente, se passaram, com armas e bagagens, para novo barco, enquanto era tempo e havia um lugarzito a atacar.

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(*) Com viagens, promoções, classificações de mérito excepcional e benesses...
(**) Veja as "primeiras" conclusões da "I Jornada do Amianto" aqui .

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Estado desconhece que edifícios têm amianto

Realizou-se hoje, 2008.05.07, no Centro de Congressos do ISEL a I Jornada do Amianto, com a presença de várias personalidades, entre as quais, o famoso Presidente da Incidades, Eng. Vasco Martins Costa, e também do conhecido "especialista" João Hipólito, da mesma Associação.
Do "DN online", de hoje, transcrevemos:
Há edifícios públicos com amianto, mas o Estado não sabe qual a situação, pois nem sequer existe uma inventário dos locais onde se mantém o produto cancerígeno. A polémica dura há anos e será objecto de discussão hoje, na I Jornada do Amianto, iniciativa da Associação Incidades, em colaboração com o Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL), escola onde se realiza um encontro de especialistas.

A questão não diz respeito apenas ao Estado. Na recente demolição do Hotel Estoril-Sol foram detectadas 110 a 120 toneladas de amianto, revelou ao DN João Hipólito, da direcção da Associação Incidades e um especialista no estudo deste problema.

Segundo João Hipólito, a lei portuguesa "não está a ser cumprida" e há limitações na formação dos técnicos para as inspecções e diagnóstico dos edifícios. Para resolver o problema dos edifícios públicos com amianto, estima este especialista, seria preciso "contratar equipas com conhecimentos" e mobilizar "vários ministérios". O processo levaria 3 a 5 anos, estima João Hipólito.

Para os técnicos, o tipo de amianto mais perigoso é o flocado, ou friável, usado em tectos e paredes. O amianto foi muito popular até aos anos 80, utilizado como material de construção que resistia ao fogo. Mas, com a passagem do tempo, soltam- -se fibras que pairam no ar e entram nos pulmões das pessoas.
A sessão de encerramento contará com uma noitada de fados e uma desgarrada, cantada em duo por V. Costa e J. Hipólito, subordinada ao tema "Amianto mata uns e dá dinheiro a outros".

quinta-feira, 1 de maio de 2008

O "far-west" da conservação do património cultural

Este ano o ICOMOS-Portugal decidiu que não iria organizar nem participar em nenhuma iniciativa de celebração e comemoração do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios. Tomou esta decisão como forma de protesto contra a evolução, que considera muito negativa, da política de conservação do património cultural português
Quatro membros do ICOMOS Portugal produziram um artigo de fundo sobre a actual situação da política da conservação do património cultural, escrevendo a terminar:
«Concluímos: apesar das aparências, esta reforma [do PRACE na Cultura] não descentralizou, não simplificou, não operacionalizou, antes afunilou e concentrou a tomada de decisões. A Gestão do Património foi politizada a um nível inadmissível: os circuitos de decisão não funcionando, tornam-se incompreensíveis acabando por resultar numa fundamentação excessivamente política das decisões patrimoniais em vez de assentarem em justificações culturais e científicas, informadas criticamente e com coerência técnica, o que é particularmente grave em conservação! Situação ainda mais preocupante quando se inicia um processo de alienação de património público de que não havia memória desde a privatização dos bens do clero e da igreja, nos século XIX e no início da República."
Apesar de algumas considerações benevolentes e compreensivas em relação ao PRACE (*), julgamos útil a leitura e a reflexão sobre algumas ideias transmitidas neste artigo.

(*)Reveja a nossa crítica ao PRACE em "Este país não é para funcionários públicos"

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