sábado, 27 de março de 2010

Arco da Rua Augusta vai abrir ao público em Maio

Com o aproximar da visita a Portugal do Sumo Pontífice (em Maio),  as obras de requalificação da Praça do Comércio, promovidas pela Frente Tejo, SA, vão de vento em popa. Sua Santidade celebrará uma missa campal no Terreiro do Paço, não deixando de orar a Deus pelo Nobre Povo e pela superação da grave crise económica, financeira e de valores que a Nação Valente atravessa.
O Conjunto Monumental do Terreiro do Paço foi um dos "ex-libris" arquitectónicos da cidade de Lisboa, cujo estudo, conservação e reabilitação esteve a cargo da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais. 
O acompanhamento e monitorização do comportamento estrutural, sobretudo da ala ocidental,  foi objecto de vários estudos e vistorias de inspecção, de que se destacam os estudos realizados de 1949 a 2000 pelo LNEC, sendo os mais significativos os de Hamrol (1958), Castro (1966), Vieira e Leal (1999), tendo-se efectuado a medição de marcas de nivelamento ao longo do tempo. Em relatório de Novembro de 2000, os Doutores em Engenharia Civil Sousa Coutinho e Mary Mun concluem e propõem, nas medidas a tomar, que, embora seja claramente o torreão que arrasta o resto do edifício, se deve tratar a ala Ocidental do edifício. Não se considera necessária, nem mesmo aconselhável, a colocação do edifício na posição original, mas tão-somente o estancar dos assentamentos, que vinham provocando danos significativos.
Esperamos que a reabilitação executada pela Frente Tejo, SA, tenha sido suficientemente criteriosa e com boa consciência e tenha tido em consideração os estudos e as recomendações antecedentes, já que, tanto quanto se sabe, os organismos do Ministério da Cultura e os seus técnicos estiveram ausentes da presente reabilitação da Praça do Comércio.
Da Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo apenas se conhece a intervenção no Arco da Rua Augusta e no seu relógio que tarda em dar horas.
A este propósito transcrevemos o artigo do jornal "Público", de 23 de Março último, pela pena do jornalista Carlos Filipe, seguido de duas fotografias nossas, com vista do Arco da Rua Augusta e dos elementos escultóricos típicos.

«Director Regional de Cultura considera que intervenção no monumento é delicada, mas a abertura ao público é considerada imperativa
A subida pelo interior do Arco (do Triunfo) da Rua Augusta, que faz a ligação dos edifícios da Praça do Comércio classificados como monumento nacional, deverá ser permitida à fruição pública o mais tardar até Maio, dando acesso ao patamar do terraço com ampla visão sobre aquela praça e o Tejo e a Baixa pombalina.
Empenhada em renovar acessibilidades para potenciar o turismo, a Direcção Regional de Cultura (DRC) de Lisboa e Vale do Tejo considera mesmo que "é um imperativo a devolução do monumento à cidade", simultaneamente com a reabertura, em Maio, para a missa papal, de parte do Terreiro do Paço, já com o novo arranjo arquitectónico.
Aquela direcção de Cultura pondera o estudo de soluções profundas de intervenção no monumento, que classifica como "delicadas", mas João Soalheiro, que dirige a entidade, disse ao PÚBLICO que sem deixar de lado as hipóteses em estudo, a DRC "está empenhada em abrir ao público o monumento nas exactas condições que o mesmo oferece, embora isso signifique a adopção de condicionalismos vários, a exemplo do que se passa em monumentos emblemáticos espalhados por urbes históricas da Europa."
A história da intervenção no arco não é nova, e em 2006 já dela se falava, inclusivamente com recurso a mecenas, solução encontrada para a recuperação do relógio que lá se encontra. Mais tarde, em Outubro de 2007, por ocasião da apresentação da recuperação do mecanismo do relógio, com a presença da então ministra Isabel Pires de Lima, também foi dito quão prioritária seria a recuperação de todo o conjunto, ainda que não tenha sido anunciada uma calendarização. Todavia, foi assumida a intenção da sua abertura ao público, eventualmente com recurso a uma plataforma elevatória que permitisse aos visitantes evitar uma penosa escalada pelos mais de 80 íngremes degraus.
Relógio acerta no domingo
Já uma solução final para o funcionamento do relógio deverá ser encontrada até ao final de Abril. João Soalheiro admitiu ao PÚBLICO que o seu mecanismo revelou-se "caprichoso, ao ponto de voltar a falhar a sua missão, reacção que surpreendeu os especialistas". Por isso, a DRC está em processo de consulta às pessoas e instituições envolvidas [Cultura e mecenas], no sentido de serem equacionadas respostas técnicas capazes de solucionar o problema.
Luís Cousinha, neto do fabricante do actual mecanismo, admitiu recentemente problemas de ajustamento dos pesos e também no acesso ao local onde está alojado, mas rejeitou responsabilidades. "[O relógio] andará certo desde que lhe seja dada corda e na madrugada de domingo será acertado pela hora de Verão", disse ontem ao PÚBLICO.
O Arco da Rua Augusta, na versão final segundo projecto de arquitectura de Veríssimo José da Costa, foi construído entre 1873 e 1875.»



   

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